The Town das Emoções

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Pessoas de diversas tribos se programam o ano inteiro para participar do The Town, o espetáculo musical derivado do Rock in Rio. As emoções transbordam conduzindo a galera a êxtase, são diversas atrações, artistas das mais variadas “galáxias”. The Town, a cidade das emoções do rock.

Existe outro The Town emocional que carregamos, que conduzimos para os outros lugares, todos que vão aos festivais, aos teatros ou trabalho conduz uma “cidade emocional”. O The Town musical é organizado, é planejado e gerenciado. O nosso The Town emocional não tem nenhum planejamento e muito menos organização. Ninguém acorda e diz “hoje vou planejar as minhas emoções”.

Neste século, as emoções ganharam novos capítulos que a ciência vem tentado explicar. Damaris Flor, Pedagoga e Escritora, sentencia: “sem emoção não há curiosidade, não há atenção, não há aprendizagem, não há vida”. O neurocientista Antônio Damásio, afirma que “As emoções propriamente ditas são apenas uma joia da coroa, integrante da regulação da vida”. O humano é desprovido da capacidade de organização das emoções, temos observado pessoas que consideramos equilibradas caírem do “salto” em segundos, perderam a postura após o disparo do gatilho emocional. A área do cérebro responsável pelas emoções influencia em outra região, conduzindo essa pessoa para os maiores vexames. Damásio, em seus estudos diz que “as emoções são acompanhadas por ideias e certos modos de pensar.” Quem ignora as emoções é prisioneiro dos impulsos e como tem gente que age sem pensar, somos reféns das nossas emoções? O desequilíbrio emocional é relatado e exibido nas redes sociais, nas manchetes de televisão, comentado nas rádios, está em alta. As emoções ditam normas, leva qualquer pessoa ao sucesso ou ao fracasso, ao pódio ou a cadeia.

A ideia desse artigo é “retirar a roupa”, descortinar, retirar a máscara e colocar lentes a disposição para que a população se enxergue, tenha conhecimento a respeito de si, perceba-se e questione-se: “quem sou eu na fila do pão? Sou isso que o espelho exibe? Até onde as minhas emoções se voltam contra mim?”.

Nas últimas décadas se acendeu uma luz amarela. As emoções trouxeram muitos transtornos e doenças que hoje percebe-se que tem influência emocional, como o câncer. As medicações não resolverão as questões emocionais, sabemos que isso é um processo biológico na construção e na reação das emoções, entretanto, diferente dos animais, somos regidos por pulsações e não por instintos.

O vírus do Covid-19 foi contido, mas não há vacina para o vírus emocional. Somos humanos, é preciso buscar caminhos para organizar e conhecer essa “cidade emocional” que carregamos dentro de nós. O The Town foi planejado para oferecer emoções e obter lucros, o nosso The Town deve ser estudado para que a espécie humana não cometa o extermino da humanidade. Estamos adoecendo devido a uma carga emocional descontrolada, as pessoas estão se agredindo, surtando, matando e comento suicídio, contudo, olhamos para o quintal alheio e achamos que o incêndio não chegará no nosso quintal. O The Town foi um evento para proporcionar boas emoções, no entanto, é necessário cuidar de uma cidade que não vemos, não apalpamos, mas surge como relâmpago provocando trovoadas, e dependendo do volume pode provocar danos irreparáveis.

Quem prepara a pessoas para as emoções? As faculdades e as escolas? Quem?

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