Setembro Amarelo não terminou

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Tema bastante complexo, a campanha pela vida é sem fim e será sempre! Essas abordagens que foram feitas durante todo o mês de setembro, sobre a conscientização e prevenção ao suicídio, deve ser permanente.

O psiquiatra Humberto Muller fez um levantamento que exibe uma triste realidade: a cada 45 minutos ocorre uma morte por suicídio no Brasil. Como psicanalista, olho essa questão com várias lentes. Muitos profissionais da psiquiatria e da psicologia tem apontado como as causas dos suicídios a depressão e o TDAH, direciono as minhas lupas para as questões emocionais e a formação do lastro egóico. Vejamos a literatura e os discursos da comunidade cientifica, eles têm citado as questões psíquicas como transtorno que deve ser tratado, contudo tais transtornos são percebidos por esses profissionais como doenças. O que levaria essas pessoas ao suicídio?

A civilização tem tentando desconectar o humano do sofrimento, oferecendo múltiplas alternativas, desde o entretenimento às drogas lícitas ou ilícitas. Vivemos no século do prazer, da alucinação e da fuga. O suicídio é uma fuga da consciência, entretanto a consciência não morre, é amálgama da alma. No meu ponto de vista, o lastro egóico é construído ao longo da vida, sendo interagido por tudo aquilo que Freud constituiu como aparelho psíquico (ID, Ego e Superego) quando esse lastro egóico é fragilizado, o superego aniquila tudo aquilo que é consolidado, exibindo a miséria humana, cabendo a esse humano buscar próteses: lazer, fantasias, sexo, religião, seguir líderes fanáticos, trabalhar sem parar ou buscar a morte.

O psicanalista Edmar Jacinto me conduz para uma viagem sobre a angustia humana com esse texto:

“Os comportamentos suicidas constituem um flagelo da sociedade contemporânea. Contudo, na maioria dos casos, a pessoa escolheria outra forma de solucionar os problemas se não se encontrasse numa tal angústia que a impossibilita de ver, de enxergar e considerar outras opções para além do suicídio. Normalmente a pessoa se encontra em um paroxismo, em uma agudizacão tão estreita, que a intenção é parar a dor e não por termo a vida.

Vejamos quais são as causas que impulsionam as pessoas à radicalidade de dar fim à própria vida, o bem pessoal mais caro e único da história humana.

Psicopatológicos: Ter depressão aguda, esquizofrenia, alcoolismo, toxicodependência, ter comportamento suicidário prévio.

Problemas afetivos: A questão da afetividade é seríssima quando se trata do impulso suicida. O afeto demasiado faz com que o sujeito se pertença ao objeto investido de um de pertencimento ou uma lógica bipolar: ou eu tenho ou eu mato e morro.

Bullying: A violência gratuita e repetida à exaustão cometida como fator de despersonalização do outro ou do próximo é a forma mais impulsionadora do suicídio. São vários os relatos deste paroxismo, que impulsiona o adolescente a cometer este ato insano e tresloucado.”

Essa contribuição do conteúdo literário do Dr. Edmar, cria miolo para o meu raciocínio em relação ao aparelho psíquico idealizado por Freud, não desprezo aqui as questões psicológicas, contudo o tripé da vida está centrado nas questões psíquicas.

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